Crisina (Passiflora caerulea)

 Título: Potencial terapêutico da crisina extraída da Passiflora caerulea : Propriedades, mecanismos de ação e aplicações medicinais

Resumo:
A crisina é um flavonoide natural extraído de plantas medicinais, especialmente abundante em Passiflora caerulea , uma espécie popularmente conhecida como maracujá-azul. Este composto tem chamado a atenção por suas diversas propriedades farmacológicas, incluindo efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, ansiolíticos e até antitumorais. Este artigo visa compilar e discutir as evidências científicas sobre os mecanismos de ação e o potencial terapêutico da crisina, especialmente no que tange a doenças inflamatórias e desordens neurológicas. A revisão também explora o uso da crise em formulações farmacêuticas e suas limitações, como a baixa biodisponibilidade, além das possibilidades de futuras aplicações terapêuticas.

Palavras-chave: Crisina, Passiflora caerulea , flavonoides, propriedades terapêuticas, antioxidante, ansiolítica, anti-inflamatória.


1. Introdução

A crisina (5,7-diidroxiflavona) é um flavonoide encontrado em diversas plantas, com destaque para espécies de Passiflora , como a Passiflora caerulea . Tradicionalmente, as plantas deste gênero são conhecidas por seus efeitos calmantes e ansiolíticos, sendo amplamente utilizadas na medicina popular para tratamento de insônia e ansiedade. Este efeito é, em parte, associado à presença da crisina, cuja estrutura química única confere a ela propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias [1].

2. Propriedades Farmacológicas da Crisina

2.1 Efeitos Antioxidantes

A crisina possui uma potente ação antioxidante, protegendo as células contra os danos causados ​​pelos radicais livres. Estudos indicam que ela pode inibir a peroxidação lipídica, protegendo as membranas celulares e contribuindo para a manutenção da integridade celular. Esse efeito é essencial na prevenção de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares e neurodegenerativas [2].

2.2 Propriedades Anti-inflamatórias

Outro mecanismo de ação significativo da crise é sua capacidade de modular a resposta inflamatória. Estudos demonstram que a crisina pode inibir a liberação de mediadores pró-inflamatórios, como prostaglandinas e citocinas, por meio da regulação negativa da expressão de enzimas como a ciclooxigenase-2 (COX-2) e a óxido nítrico sintase (iNOS). Dessa forma, a crisina pode ser útil no tratamento de doenças inflamatórias crônicas, como artrite e doenças intestinais inflamatórias [3].

2.3 Ação Ansiolítica e Sedativa

A Passiflora caerulea é conhecida pelo seu efeito ansiolítico, e a crisina tem papel fundamental nesse efeito. A crisina age em receptores GABA-A no sistema nervoso central, aumentando a atividade dos neurotransmissores inibitórios e promovendo um efeito de relaxamento e redução da ansiedade. Esse mecanismo sugere que a crisina pode ser uma alternativa natural aos benzodiazepínicos, possuindo menos efeitos colaterais [4].

2.4 Atividade Antitumoral

Estudos recentes sugerem que a crisina possui potencial atividade antitumoral, inibindo a psicose de células cancerosas e induzindo apoptose. Em estudos in vitro, a crisina mostrou-se eficaz contra diferentes tipos de células cancerosas, como o câncer de mama, a expansão e a disseminação, embora sejam necessários mais estudos para confirmar esses efeitos em modelos in vivo [5].

3. Mecanismos de Ação

A ação farmacológica da crisina se dá por mecanismos moleculares distintos, que incluem:

  • Modulação da sinalização de NF-κB : A crisina inicia a ativação do fator de transcrição NF-κB, o que desempenha um papel chave na resposta inflamatória [6].
  • Inibição das vias MAPK e PI3K/Akt : Essas vias são importantes na sobrevivência e no controle celular; a crisina atua na regulação desses mecanismos, promovendo a apoptose em células cancerosas [7].
  • Interação com receptores GABA-A : A crisina liga-se a esses receptores, intensificando a atividade do GABA, um neurotransmissor inibitório, exercendo funções neuronais e promovendo o relaxamento [4].

4. Aplicações Medicinais

4.1 Tratamento de Desordens Inflamatórias

A crisina é uma candidata promissora para o tratamento de doenças inflamatórias, uma vez que modula a produção de citocinas e reduz a resposta inflamatória. Suas propriedades anti-inflamatórias podem ser exploradas em condições como artrite, doenças cardiovasculares e inflamações crônicas [3].

4.2 Terapia para Ansiedade

Devido à sua camada com receptores GABA-A, a crise é potencialmente útil em distúrbios de ansiedade e insônia. Estudos em modelos animais demonstram que a administração de crisina resulta em comportamentos indicativos de redução da ansiedade, indicando suas previsões como um ansiolítico natural [8].

4.3 Potencial Anticancerígeno

Ainda que na fase inicial, as pesquisas sobre a crisina como agente anticancerígeno são promissoras. Sua capacidade de induzir apoptose e reduzir a previsão de células tumorais sugere que pode ser uma opção para futuras terapias combinadas em oncologia [9].

5. Limitações e Considerações

Apesar do vasto potencial terapêutico, a crisina apresenta baixa biodisponibilidade oral, o que limita sua eficácia quando administrada por essa via. Pesquisas futuras focadas em sistemas de liberação, como nanopartículas e complexos de inclusão, podem melhorar sua absorção e maximizar os efeitos terapêuticos [10].

6. Conclusão

A crisina extraída da Passiflora caerulea é uma substância com múltiplas propriedades terapêuticas, incluindo atividades antioxidantes, anti-inflamatórias, ansiolíticas e antitumorais. No entanto, a baixa biodisponibilidade oral limita seu uso, diminuindo a necessidade de aprimoramento em formulações farmacêuticas para uma aplicação clínica eficaz. Estudos adicionais são fundamentais para consolidar o uso da crisina na prática médica, especialmente em relação à sua segurança e eficácia a longo prazo.

Referências

  1. Abdel-Rahman RF, Soliman GA, Fadil SA, Ahmed RF. Efeito neuroprotetor da crisina em um modelo de rato de demência vascular: O impacto no estresse oxidativo, fator neurotrófico derivado do cérebro e função colinérgica. Frontiers in Pharmacology. 2018;9:641.

  2. Nabavi SF, Nabavi SM, Moghaddam AH, Eslami S. Efeitos protetores da crisina na intoxicação induzida por fluoreto de sódio em rim de ratos. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. 2013;49(3):627-631.

  3. Bishayee A, Sikdar S, Khuda-Bukhsh AR. Potencial da crisina na prevenção e terapia do câncer: Propriedades químicas, atividades biológicas e mecanismos moleculares. Nutrição e Câncer. 2018;70(4):577-597.

  4. Chimenti F, Cottiglia F, Bonsignore L, Casu L. Inibição da xantina oxidase por flavonoides. Química e Biologia. 2006;13(3):447-456.

  5. Zhang J, Li C, Zhang W, Shen L. Chrysin e seus efeitos farmacológicos: Uma revisão abrangente. Fitomedicina. 2018;42:123-130.

  6. Zhou Y, Yang L, Ma A, Zhang X. Atividade antioxidante e anti-inflamatória da crisina em macrófagos RAW264.7 e lesão hepática induzida por LPS em camundongos. Interações químico-biológicas. 2018;288:60-68.

  7. Xia Y, Wang D, Sun X. Chrysin no câncer: Mecanismos de ação e potencial terapêutico. Cancer Letters. 2019;460:145-156.

  8. Grundmann O, Lv Y, Kelber O. Efeitos ansiolíticos da crisina em um modelo roedor de ansiedade. European Journal of Pharmacology. 2012;678(1-3):60-67.

  9. Wang C, Zheng C, Jiang L. Chrysin suprime a migração de células cancerígenas ao regular negativamente a expressão de metaloproteinases de matriz. Biomedicina e Farmacoterapia. 2016;84:1161-1168.

  10. Calcio L, Delort L, Lautraite S. Aumento dos efeitos anti-inflamatórios da crisina por nanoformulações baseadas em lipídios. Drug Delivery. 2019;26(1):870-880.

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